Ciclo de encontros sobre educação

No passado sábado realizou-se em Torres Vedras o primeiro dia de um ciclo de encontros sobre educação. Neste post vou partilhar convosco os meus sentires neste dia. Foi uma tarde com muita emoção para mim. O encontro começou com a apresentação da Florescer e seguiu-se um Workshop também a cargo da Florescer. "A Florescer – Associação de Educação Global é uma organização, sem fins lucrativos, criada com a finalidade de implementar uma educação global e inovadora que faça convergir as áreas da educação, ecologia, saúde, cultura, tecnologia e solidariedade social. A Associação tem por missão contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e comunidades que assumem uma presença ativa e responsável no mundo. A Florescer desenvolve vários projetos com enfoque numa educação global e comunitária" (http://florescer.pt/florescer-quem-somos/). Apercebi-me que a Forescer vai beber a várias filosofias/ modelos educacionais como sendo a Pedagogia Waldorf e a Escola da Ponte do professor Pacheco. Neste dia estiveram presentes as fundadoras, mentoras e orientadoras desta asscoiação Teresa Manuel e Teresa Mendes, voluntários da associação, pais e crianças que frequentam a comunidade de aprendizagem. No workshop da Florescer foi possível perceber como se desenrola um dia no centro de aprendizagem. Existe flexibilidade de horários e portanto cada criança é acolhida e integrada à hora que chega. A roda dos bons dias apela à conexão da criança com a Natureza através de uma bonita canção acompanhada por gestos ternurentos. Consegui sentir vários valores e pilares durante este ws. A tolerância, a escuta do outro, a partilha, a cidadania consciente (entre tantos outros). Identifiquei-me, também, com a forma holistica com que a criança é cuidada (Waldorf). Gosto do conceito de comunidade de aprendizagem que está a ser praticado no qual o espaço fisico onde está instalado o centro de aprendizagem é o núcleo. E, em torno deste se vão desenvolvendo outros "braços" do núcleo tornando viva e rica esta "como uma unidade" envolvendo e alcançado outros agentes da sociedade civil. Para mim, também faz sentido uma "escola" assim. Sem muros, envolvida com os vizinhos mais próximos e mais distantes. Entenda-se como vizinhos cidadãos e organizações do meio envolvente. Durante o ws houve uma atividade que me maravilhou particularmente. As crianças presentes foram convidadas a sentar em roda e conversarem sobre um tema. Só elas iriam explanar sobre ele, enquanto nós adultos, contemplávamos curiosos o que aquelas crianças tinham a dizer sobre...Educação. O tema lançado foi educação, escola,... Estavam presentes crianças que frequentam a Florescer e crianças que frequentam a escola tradicional. Senti que as crianças que frequentam a Florescer têm um discurso mais fluído, falam de forma mais tranquila e positiva e sentem-se felizes com o seu dia-a-dia que, como elas dizem, estão sempre a brincar e aprendem assim. Por outro lado, as crianças que frequentam a escola demonstram inquietação quando falam. O discurso é de infelicidade face aos trabalhos de casa, à carga horária e ao reduzido tempo de recreio. E quando uma criança que frequenta a escola pública perguntou a uma criança que frequenta a Florescer se eles faziam testes, esta respondeu "O que são testes?" Ao que a primeira respondeu "Testes são uma coisa chata, que dão muito trabalho, temos que estudar". Outras partilhas poderia aqui fazer mas, o brilho dos olhos e a felicidade do coração não chegariam até vós. Para além de toda esta experiência foi um dia importante para mim pois, conheci pessoas que estão dispostas a ajudar-me (nos) nos nossos projetos. É muito gratificante saber que por este Portugal se está a espalhar esta (r)evolução silenciosa. É cada vez mais consistente em mim este desejo de ação! No próximo sábado rumamos de novo a Torres Vedras. Abraço em amor R.A.